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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Rock na Veia - Motorocker

Rock na Veia - Motorocker

Com uma trajetória que está se aproximando da segunda década, o paranaense Motorocker pode ter ficado famoso pelos seus excelentes covers do AC/DC – devidamente reconhecidos pela própria banda australiana – mas a realidade é que este pessoal passou há tempos da fase dos meros covers... Tendo estreado em 2006 com o barulhento "Igreja Universal do Reino do Rock", foi somente depois de dois anos que os curitibanos apresentaram o single "Vamo Vamo" como um aperitivo do que estava por vir.


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Ok, demorou mais um pouco, mas agora chegou a vez de "Rock na Veia", um sucessor que mostra um Motorocker mais sintonizado do que nunca, provável resultado de tanta experiência sobre os palcos deste Brasil. Como não poderia deixar de ser, a fórmula segue com aquela fortíssima veia do Blues, com a velocidade e distorção que fez do AC/DC uma lenda mundo afora, porém também se enveredando pelos lados do Hard Rock e até beirando o Heavy Metal em várias ocasiões.

Mas o Motorocker também sempre deixou claro sua paixão pelo Brasil, sentimento não só visível no imenso brasão nacional tatuado no couro do vocalista Marcelus ou em seu inseparável boné verde e amarelo. Além das letras com muito sexo, bebidas, rock´n´roll e verdadeiras amizades, o pessoal faz muitas alusões ao nosso país, seja de forma irônica ou venenosa, mas sempre demonstrando respeito através de uma atitude conciliadora, algo raro de se encontrar por aí.

Assim sendo, a seção instrumental atenta aos detalhes, as típicas linhas vocais de ‘cão raivoso’ de Marcelus e vozes de fundo retumbando como trovões revelam composições perfeitas para instigarem o público em suas apresentações. É inegável a força que a faixa-título, “Acelera e Freia”, “Aonde Você Vai Eu Não Vou”, “Jogos de Azar”, “Vamo Vamo”, “Bem Estar” e “Brasil” oferecem em termos de energia apimentada. E o Motorocker reservou uma surpresinha acústica que responde pelo nome “Homem Livre”, uma bela balada e com uma letra muito bem sacada.

E, em se tratando de um produto independente, o Motorocker não mediu esforços com "Rock na Veia". Além de o áudio estar excelente – foi gravado pela própria banda no estúdio Click Audioworks, de sua cidade – vale mencionar que o disquinho está vestido a rigor, em uma caprichada embalagem digipak, com o logotipo da banda devidamente sustentado por um interessantíssimo par de seios. Tattoo real, meus caros, nada de edição de imagens resultante de Photoshop. Em suma: um disco indispensável ao público do Blues, Rock'n'Roll, Hard Rock e Heavy Metal!

Contato:
http://www.motorocker.com.br
http://www.myspace.com/motorockerbrazil

Formação:
Marcelus - voz
Luciano Pico - guitarra
Thomas Jefferson - guitarra
Silvio Krüger - baixo
Juan Neto - bateria

Motorocker - Rock na Veia
(2010 / independente - nacional)

01. Rock na Veia
02. Acelera e Freia
03. Aonde Você Vai Eu Não Vou
04. Jogos de Azar
05. Homem Livre
06. MC Brasil
07. Vamo Vamo
08. Pra Porrada Eu Vou
09. Bem-Estar
10. Meio Caipira
11. Zanon
12. Brasil

Music from The Motion Picture - Runaways

A história é sobre essa mesma: a primeira banda de rock pesado da história formada só por mulheres. O filme e a trilha saíram no Brasil, mas com exibição em circuito alternativo de cinema e o CD com cópias limitadas.


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Mais para punk e com um toque de heavy metal, o grupo esteve na ativa entre 1975 e 1979, mas estourou mesmo em 1976/77 com seus dois primeiros álbuns, vividos em pleno furacão punk, com as garotas ainda menores de idade.

A morena Joan Jett queria fazer algo como SUZI QUATRO e encontrou o produtor Kim Fowley, que comprou a ideia mas radicalizou, montando um grupo de rock só de mulheres. Mais tarde, foi a vez delas gerarem suas discípulas: inúmeras bandas 100% compostas por mulheres que arrumaram espaço graças a elas e graças a SUZI QUATRO e ao sucesso do contemporâneo BLONDIE, com Debbie Harry no vocal.

O filme é ótimo para quem gosta de história do rock e vale tanto para quem já conhece a banda como para quem quer conferir uma apresentação de quem elas foram. Entretanto, ele conta a história da banda apenas em sua fase embrionária e depois inicial, com Cherie Currie nos vocais (do nome dela veio o primeiro hit “Cherry Bomb” e a arte da capa, a “cereja explosiva”). E a trilha também convence, trazendo gravações dos Pistols, Bowie, Suzi Quatro, Stooges e MC5.

Uma curiosidade é que, no disco, as atrizes Kristen Stewart (que interpreta Joan Jett) e a badalada Dakota Fanning (interpretando Cherie) cantam duas músicas juntas e Dakota assume outras duas do repertório sozinha. E o resultado agradou! Ficou bem dentro do estilo da banda e com qualidade de gravação superior aos takes do original. Mas você vai descobrir porque isso aconteceu ao ler atentamente os créditos no encarte: é a Joan Jett em pessoa que faz as guitarras, com alguns backing vocals da própria Cherie também (então está explicado!).

Já as gravações originais com as RUNAWAYS que estão no cd são: “You Drive Me Wild”, “Hollywood” e uma versão ao vivo para “I Wanna Be Where The Boys Are”. Nos créditos finais do filme também toca “Bad Reputation” (essa é de JOAN JETT & THE BLACKHEARTS), mas infelizmente a música não entrou na trilha desse cd.

Quem já conhece o grupo sabe que, apesar de tudo funcionar, as meninas não eram excelentes instrumentistas. Ao vivo isso transparece mais (ver LP “Live in Japan”, lançado em 1977, por exemplo). Mas devemos dar um desconto, pois na época das gravações originais o padrão que vigorava era o som quase monocórdico e a atitude punk, então tocar melhor que SEX PISTOLS já é ponto para elas. Além do mais, Lita Ford e Joan Jett eram adolescentes nas RUNAWAYS e depois cresceram muito em técnica ao longo de suas carreiras individuais, então outro ponto para elas.

A vocalista Cherie foi a primeira a sair da banda, que ainda continuou mais um pouco com formação alterada, mas sem convencer. Depois, Joan Jett, a mais badgirl do grupo, saiu para a sua excelente carreira solo e emplacou mais clássicos com JOAN JETT & THE BLACKHEARTS (“I Love Rock and Roll”, “Bad Reputation”, etc). Lita Ford também decolou, numa carreira solo num tom mais heavy metal, embora nunca tenha obtido as vendagens do grupo de sua colega Joan.

Para quem não é tão purista, vale procurar pelos CDs de lançamento recente remasterizados. Acontece que os LPs de época, como expliquei, apostavam numa mixagem mais crua, então nas versões novas o som está mais “limpo”, sem tanta compressão embolada e distorção de graves exagerada. Mas se você é purista deve ter os exemplares de LP com a mixagem original, pois era assim que elas soavam enquanto viveram seus tempos de RUNAWAYS nos anos 1970. Outra opção é se você se enquadra na categoria fã mesmo: então procure ter os dois!

Para quem quer resolver de vez a discografia básica do grupo, lá fora já tem uma versão em CD 2x1 reunindo os dois primeiros álbuns da banda, sem dúvida a melhor da safra das RUNAWAYS, com a formação original. O LP “Live in Japan” de 1977, que já tinha virado raridade, também já foi relançado recentemente em cd.

O filme também mostra um pouco do que eram as turnês das RUNAWAYS, incluindo o Japão, onde elas estouraram em popularidade.

Lista de Músicas:
1. Roxy Roller - Nick Gilder
2. The Wild One – Suzi Quatro
3. It's A Man's Man's Man's World - MC5
4. Rebel Rebel - David Bowie
5. Cherry Bomb - Dakota Fanning
6. Hollywood - The Runaways
7. California Paradise - Dakota Fanning
8. You Drive Me Wild - The Runaways
9. Queens Of Noise - Dakota Fanning & Kristen Stewart
10. Dead End Justice - Kristen Stewart & Dakota Fanning
11. I Wanna Be Your Dog - The Stooges
12. I Wanna Be Where The Boys Are – Runaways (Live)
13. Pretty Vacant - Sex Pistols
14. Don't Abuse Me - Joan Jett

H.U.C. - Maestrick

O veterano rock progressivo e o jovem prog-metal tem uma certa rejeição entre os muitos apreciadores da música em geral. Primeiro porque sua estrutura musical com mudanças de andamentos e incursões rítmicas tornam a música não tão simples de ser digerida. E com relação ao prog-metal traz consigo a tão mencionada auto-indulgência, onde o músico supostamente prefere mostrar sua técnica do que funcionar em prol da música. Mas quem conhece os estilos a fundo, sabe que a maioria destas bandas tem qualidade e usa a complexidade a favor da função artística da música, que é soar interessante e emocionante aos ouvidos. E nesse ponto, que se enquadra novas bandas, como a excelente Maestrick de São José do Rio Preto/SP.

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Na ativa desde 2004, a banda conta hoje com Fábio Caldeira (vocal/guita), Danilo Augusto e Maurício Bortoloto (guita/backings), Renato Somera (Baixo/vocal adic) e Heitor Matos (batera).

O que nos proporciona então o trabalho do Maestrick?

São 2 músicas nesse EP. A produção está perfeita. Desde as composições, os arranjos e a desenvoltura técnica dos garotos.

A primeira faixa “HUC” entra logo de cara numa riferama pesada, dando mostras que a variação é o forte da sonoridade. Intervenções de teclado, em meios a vocais ora dramáticos, ora tranquilos, e até mesmo com algumas nuances guturais lá no meio da faixa. Em se falando de vocal, como é agradável ouvir Fábio. Todo vocal de metal deveria ser assim. Nada forçado, respeitando seus limites e evidenciando seu ótimo alcance.

Musicalmente falando, vamos nos deparar claro com referências a Symphony X, Evergrey, sem contudo soar como cópia.

A segunda faixa “Aquarela” começa calma e vai ganhando força, sem ter a rapidez da primeira. Mais uma vez o vocal bem trabalhado mostra sua força, em meio a variação. Esta faixa no entanto é mais homogenea, com chorus meio hard rock. Aliás o refrão é daqueles que ficamos cantando por horas......A força dos backings se destaca aqui também. E solos limpos em profusão.

Maestrick rende portanto uma agradabilíssima surpresa para os amentes do metal e prog-metal.

Que venho logo o full lengh, que segundo informações da banda está sendo mixado nos EUA. Tô na fila pra comprar.

O Maestrick está brotando pra música ainda. Mas a julgar por essa primorosa demonstração, já brotou forte, vigoroso e mostrando ao mundo que tem qualidades pra figurar futuramente entre as grandes e reconhecidas bandas nacionais (e porque não inter?). Se mantiver-se focado em seus propósitos, sempre apoiado num trabalho profissional de produção, estará lá com certeza.

Contatos:
http://www.maestrick.com/
http://www.myspace.com/maestrick

When Death Comes - Artillery

O Artillery é mais um destes veteranos que todos os thrashers já ouviram falar, mas cujo nome nunca conseguiu se expandir para fora da esfera underground como aconteceu com as bandas norte-americanas e alemãs... Formado na Dinamarca de 1982, o conjunto passou suas últimas duas décadas praticamente no ostracismo – de inéditas, liberou somente "B.A.C.K." em 1999 – mas eis que em 2007 o retorno veio com força total, tendo no CD/DVD "One Foot In The Grave, The Other One In The Thrash" uma prova de que seu poder de fogo estava longe de abrandar.


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Mas é com "When Death Comes", agora com a voz de Søren Adamsen, que o público pode conferir como o Artillery está (novamente) soando matador neste novo milênio. Um dos motivos para os constantes elogios que seus discos sempre receberam da crítica especializada é o desempenho dos irmãos Stützer, uma voraz dupla de guitarristas que consegue se impor com riffs muito bem elaborados, com uma graça curiosamente melódica e dona de nuances Power Metal que conseguem envolver o ouvinte, rapidamente e por completo.

Os dinamarqueses preservaram todas as características de sua música e, como tal, não se afastaram de suas origens, mas é essa habilidosa abordagem das guitarras que se torna um diferencial tão original naquilo que se conhece por Thrash Metal. E nem mesmo a ausência do conceituado Flemming Rönsdorf é sentida, pois o novato Adamsen canta muito, é versátil e grudento, honrando a reputação vocal que o Artillery sempre possuiu.

"Upon My Cross I Crawl", "Sandbox Philosophy" e "Not A Nightmare" se revelam irretocáveis e disparadas com todo o grosso calibre típico do Artillery. Mas, entre a velocidade ou cadência, há várias outras faixas marcantes, como é o caso de "Rise Above It All", com o novo vocalista fazendo bonito; "Delusions Of Grandeur", uma balada que vai crescendo até explodir em puro Metal e, por fim, "The End", que mostra mais um pouco da complexidade das guitarras encerrando a audição e preparando o embasbacado ouvinte para apertar novamente o 'play'.

Ainda que o contrabaixo pudesse aparecer mais, a gravação resultou em um áudio sabiamente atualizado. Os músicos já quase não possuem mais cabelos e estão enrugados prá cacete, mas não perderam as manhas em fazer Thrash Metal empolgante, de tirar o fôlego mesmo. "When Death Comes" é seu quinto álbum, lançado em 2009 e está aportando aqui no Brasil através do selo-fantasma Zumbi Caipira. Aposto que ninguém entendeu qual é o lance desse tal 'selo-fantasma', certo? Sem problemas... Pode correr atrás deste discaço, pois dificilmente haverá rejeições por aí.

Contato:
http://www.artillery.dk
http://www.myspace.com/artillerythrashmetal

Formação:
Søren Nico Adamsen - voz
Michael Stützer - guitarra
Morten Stützer - guitarra
Peter Thorslund - baixo
Carsten Nielsen - bateria

Artillery - When Death Comes
(2009 / Metal Mind Productions - 2010 / Zumbi Caipira Discos - nacional)

01. When Death Comes
02. Upon My Cross I Crawl
03. 10.000 Devils
04. Rise Above It All
05. Sandbox Philosophy
06. Delusions Of Grandeur
07. Not A Nightmare
08. Damned Religion
09. Uniform
10. The End

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