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terça-feira, 9 de março de 2010

Rock vira curso superior em universidade gaúcha




Em março de 2007, uma sala com cerca de 40 alunos inaugura o ano letivo de Formação de Músicos e Produtores de Rock. Dois anos e seis meses depois, estará graduada a primeira turma de roqueiros por formação acadêmica do Brasil. A Estácio de Sá, no Rio, também planeja oferecer curso semelhantem, mas, segundo a própria univesidade, não há garantia de turma já no próximo semestre. O site da universidade informa todas as duvidas sobre o curso.
Para o idealizador e coordenador do curso, o roqueiro gaúcho Frank Jorge, 40, (ex-Cascavelletes, ex-Graforréia Xilarmônica, ex-Cowboys Espirituais) a proposta não é enquadrar o rock, nem banalizar a academia. "Acho que não tem possibilidade do curso parecer careta. Não queremos enquadrar o rock", diz. Formado em Letras, ele também pretende dar aula de História do Rock.

A graduação que, segundo Jorge, ainda não busca registro no MEC. será dividida em quatro módulos: "Construção de referências musicais", "Identidade musical e elaboração de repertório", "Produção musical" e "Preparação da carreira". Os alunos terão aulas como Direito autoral, Desenvolvimento da carreira musical e Laboratório de rock este último em parceria com estúdios. O curso ainda vai compartilhar 20% de seu currículo com outras salas da Unisinos, como de Antropologia e Ética.

O incentivo para Jorge pensar na graduação veio em maio deste ano, de uma provocação do poeta Fabricio Carpinejar, coordenador de Formação de Escritores e Agentes Literários na Unisinos. "Ele lembrou que a universidade não tinha curso de música", diz.

O roqueiro gaúcho pensou então em uma graduação que gostaria de ter feito há 20 anos, quando começava sua trajetória musical. "No início, pareceu um negócio meio maluco. Mas não estou preocupado em formar grandes expoentes do rock nacional, mas pessoas que vão adquirir conteúdo. O cara vai ter que entender, por exemplo, da tropicália e seu rompimento de barreiras."

Segundo Jorge, é preconceituoso apontar que o curso reforça a espetacularização da academia. "Já me disseram que rock se aprende na Pompéia, não na universidade, mas chega a ser preconceituoso alguém imaginar que ele não possa ser estudado seriamente, com profundidade. Também não há porque aliar a idéia de academia com algo chato."

Outra questão que intriga é a da disciplina. Afinal, na escola do rock "há de ser tudo da lei"? Para quem pensa em alunos embriagados, fumando na sala de aula e professores quebrando instrumentos em cima da mesa, Jorge dá um alerta. "Quem se inscreveu no vestibular vai se dedicar, vai ter que estudar. Nisso, não difere de outro curso."
acesse o site da universidade

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