Além de bandas amapaenses, a banda Garotos Podres, um dos maiores ícones do punk rock nacional se apresentou para o publico
Jéssica Alves
O espaço ficou pequeno na última sexta-feira (16), no evento de aniversário de um ano do projeto Garagem Universitária, que ocorre na Universidade Federal do Amapá (Unifap). Com espaço aberto e diversas bandas, o público pode aproveitar o evento, que começou cedo e teve mais de 12 horas de muito rock.
As bandas locais Kronos, Slide, In Praxi, Além do Radio, Seu Madruga Veste Preto, Velho Johnny, Beatle George, Gravydade Zero, Mental Caos, Nova Ordem e LBR oram abrindo o festival, recebendo quem ia chegando e mostrando a ascendente força do rock amapaense, em diversas vertentes.
Além das bandas amapaenses, o Garagem Universitária contou com a presença da banda paraense Delinquentes, grupo paraense que está na estrada desde a década de 80 e é um dos nomes nortistas mais conhecidos do rock brasileiro, aliando em seu estilo musical vertentes como o hardcore, trash metal, punk e alternativo. Entretanto, a atração mais esperada da noite foi a banda Garotos Podres, de São Paulo.
Como tudo começou
Em setembro de 2010, iniciou o projeto, que teve como objetivo não apenas valorizar o trabalho autoral das bandas macapaenses, mas também de todo e qualquer musico e público da cadeia produtiva e de idade universitária. Com apresentação de bandas de diversos seguimentos e workshops e palestras, o evento aglutinou diversos jovens e caiu no gosto do público. O evento é ligado ao Pró-Estudante Cultura e o DCE da Unifap.
Para o público, mais do que apenas um evento de rock, o Garagem Universitária com a presença de bandas de renome apenas solidificou a projeção dos eventos culturais undergrounds, reunindo diversos fãs da música de garagem.
Punk Nacional
Formada no final de 1982 na cidade de Mauá, região do Grande ABC que é o maior pólo industrial do Brasil, a banda Garotos Podres é conhecida por ser uma das percussoras do punk no Brasil. Atualmente é formada por Mau (Vocal), Sukata (Baixo), Carlos Safiotti (Guitarra) e Caverna (Bateria).
Suas maiores influências são as bandas punks do final dos anos 70 e começo dos anos 80, era o auge do movimento punk em São Paulo e várias bandas surgiam principalmente nos grandes centros urbanos.
O primeiro álbum da banda, intitulado "Mais Podres do que Nunca", editado pelo extinto elo Rocker e no ano seguinte pelo selo Lup-Som, chegou a marca das 50.000 cópias vendidas, um recorde de vendagem de discos independentes na época e continua sendo distribuído em cd até hoje ultrapassando a marca das 70.000 cópias.
Estando em plena ditadura militar, a era necessário enviar cópias das letras das músicas para o Departamento de Censura Federal. Algumas músicas tiveram que mudar suas letras para burlar a censura.
A partir daí a banda se popularizou, abrangendo não apenas a cena punk, mas também o mais variado tipo de público, se tornando a primeira banda punk do Brasil a ter suas músicas veiculadas na programação normal de algumas rádios. Isso permitiu ao grupo a realização de vários shows pelo país, o que também colaborou na aceitação de outras bandas undergrounds pela mídia.
Apesar de estarem na estrada há tanto tempo, os Garotos Podres nunca sobreviveram da música, todos os integrantes tem outras atividades que lhes garantem o sustento e a sobrevivência da banda. Isto lhes deu a liberdade de criarem o seu próprio estilo musical e realmente só tocarem o que gostam.
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